O descarte inadequado de resíduos e rejeitos sólidos em ambientes de água doce está entre os principais causadores de impactos socioeconômicos e ambientais. Nesse contexto, a Ecobarreira no Rio Carangola surgiu como uma iniciativa conjunta entre a Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Carangola e o curso de Ciências Biológicas da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG).

A ação foi motivada pela crescente problemática do descarte irregular de resíduos domésticos no Rio Carangola e tem como principal objetivo interceptar e coletar resíduos e rejeitos sólidos flutuantes, além de sensibilizar a população carangolense sobre a importância do cuidado com o rio.

A Ecobarreira foi inicialmente confeccionada com cabo de aço, tela de arame e garrafas PET doadas por estudantes de escolas públicas e privadas de Carangola. Ela foi instalada transversalmente no rio, em frente à unidade Carangola da UEMG. As coletas são realizadas mensalmente; o material recolhido é pesado e, em seguida, encaminhado ao serviço de coleta municipal para descarte adequado. O total de resíduos coletados (em quilos) é divulgado em via pública por meio de uma placa informativa.

Paralelamente, foram promovidas palestras educativas em três escolas da cidade, abrangendo diferentes turmas do ensino fundamental e médio, atingindo aproximadamente 135 crianças e adolescentes. Além disso, foram produzidos vídeos e materiais instrucionais divulgados nas redes sociais da prefeitura, embora os dados sobre o alcance dessas publicações ainda não tenham sido analisados.

Em onze meses de monitoramento, a Ecobarreira já retirou 3.248 quilos de resíduos e rejeitos sólidos do Rio Carangola. A retirada desses materiais contribui diretamente para a melhoria da qualidade ambiental a jusante, mas o maior impacto esperado é a redução do descarte inadequado no médio e longo prazo, por meio da mudança de comportamento da população.

Além disso, espera-se que os resíduos recicláveis possam ser destinados a uma futura cooperativa de catadores no município, fortalecendo também a economia local.

Por fim, estão previstos novos planos de expansão, incluindo a instalação de barreiras em outros pontos do rio e a intensificação das ações educativas nas escolas e na comunidade.